Ciberinterculturalidade, relações étnico-raciais e educação nas redes digitais
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Resumo
Este artigo aborda a temática das relações étnico-raciais no ciberespaço e suas possibilidades como ambiente não formal de educação. O objetivo é discutir a interface entre educação, comunicação e tecnologia em uma perspectiva intercultural. Por meio de uma etnografia digital, a pesquisa acompanhou quatro influenciadores(as) negros(as) nas plataformas Twitter (atual “X”) e Instagram, a partir da viralização da hashtag #BlackLivesMatter, em maio de 2020, até a ascendência da hashtag #WakandaForever, em agosto do mesmo ano. Os dados sistematizados revelam uma intensificação dos debates sobre racismo e identidade negra e apontam potencial das redes como ambientes educativos promissores na luta antirracista. Ao mesmo tempo, deve-se levar em consideração os limites dessas plataformas, como a efemeridade e superficialidade das discussões e seu próprio caráter neoliberal que mantém a reprodução de padrões hegemônicos e facilita a disseminação de desinformação, o que pode ser negativo em termos de aprendizagem, urgindo a necessidade de uma alfabetização midiática.
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